A bola só rola a partir desta quinta-feira (14) em Moscou, mas um dia antes da Copa do Mundo os torcedores tomaram Moscou e transformaram uma rua nas proximidades da Praça Vermelha em point e arquibancada improvisada.

A rua em questão é a Nikolskaya, uma exclusiva para pedestres e repletas de cafés e restaurantes.

Passeando pelo local na noite de quarta-feira, o blog viu movimentação de torcedores de diversos países.

Eram russos, sauditas, iranianos, egípcios, peruanos, colombianos, mexicanos, argentinos, brasileiros… Uma imensidão de pessoas impossível de contar.

E o que mais chamou a atenção foi a organização dos fãs e o clima de paz em pouco mais de 500 metros de caminhada.

Os torcedores do país se organizavam em grupos a poucos metros de distância um dos outros e entoavam suas canções e exibiam com orgulho suas bandeiras.

Os sauditas cantavam algo indecifrável. E ao lado russos a plenos pulmões gritavam o nome do país, em cima de bancos no meio da rua.

Os próximos eram os colombianos, com suas camisas amarelas, bandeiras e chapéus.

Egípcios exibiam cartazes de Salah e cantavam músicas em homenagem ao atleta.

Os argentinos não perderam tempo e tomaram de assalto fachas de prédios públicos. Penduraram diversos bandeiras. Eram “trapos” de Messi, de cidades argentinas e de clubes. Uma verdadeira “cancha”.

Os gritos? De exaltação a Maradona e provocação a Pelé e ao Brasil, como é costume.

Mas a uma curta distância, um grupo de brasileiros não dava a mínima. Queriam mesmo faturar uns trocados vendendo camisas, bandeiras e outros artefatos, com preços que iam de 1 mil a 2 mil rublos (R$ 60 a R$ 119).

Seguindo o trajeto mais sul-americanos à vista. Peruanos. Copiando os argentinos, penduraram suas bandeiras e cantavam. A alegria de estar de na Copa pela primeira vez desde 1982 é imensurável.

E o passeio ela rua segue e passam pelo caminho em menor número, franceses, australianos, um cidadão com a camisa da Sérvia e até um com a da Itália. Os italianos não estão no Mundial. Uma bandeira da Bolívia também apareceu.

Mas nada parece importar neste ambiente de festa.

Os sempre duros policiais russos? Deixavam a festa rolar tranquilamente, afinal não havia o mínimo sinal de violência. Alguns torcedores tomavam cerveja e vodca, mas comportados. Apesar de o consumo de álcool ser proibido em espaços públicos, os oficiais pareciam fazer vista grossa.

Russos pouco ou nada acostumados com tamanha festa se divertiam. Paravam para tirar fotos e tentavam se comunicar. Em meses vivendo aqui, jamais vi tamanha movimentação.

O espírito de Copa enfim pegou fogo na capital russa e não deve parar tão cedo.

E quem estiver na Rússia e que não tiver ingresso ou não estiver a fim de ir na Fan Fest, já sabe onde se divertir. Para chegar lá, o acesso mais fácil se dá pela estação de metrô Lubyanka.