Priviet, Rússia! https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br Um pouco mais da cultura, da vida e do futebol do país que receberá a Copa do Mundo Tue, 17 Jul 2018 18:59:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Dérbi de Moscou em palco da Copa tem pirotecnia na arquibancada e briga https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/05/13/derbi-de-moscou-em-palco-da-copa-tem-pirotecnia-na-arquibancada-e-briga/ https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/05/13/derbi-de-moscou-em-palco-da-copa-tem-pirotecnia-na-arquibancada-e-briga/#respond Sun, 13 May 2018 13:59:32 +0000 http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/20180513_1540000_resized-150x150.jpg http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/?p=489 Rivais históricos desde os tempos da União Soviética, Spartak e Dínamo se enfrentaram neste domingo (13) em Moscou, pela última rodada do Campeonato Russo em um duelo marcado por torcidas inflamadas, pirotecnia nas arquibancadas, lances pegados e confusão generalizada no fim.

No fim, quem levou a pior foi o Spartak. Derrotado por 1 a 0, perdeu a vaga direta na fase de grupos da Liga dos Campeões da próxima temporada. Terá de jogar a fase classificatória.

Isso pois no mesmo momento o CSKA Moscou venceu o Anji por 2 a 1, com gol decisivo do brasileiro Vitinho e foi a 58 pontos.  O Spartak ficou com 56.

O Lokomotiv já havia garantido o título com uma rodada de antecedência.

Palco de cinco jogos na Copa do Mundo, incluindo Brasil x Sérvia, a Arena Spartak recebeu 42.124 torcedores. Destes, cerca de 3 mil do Dinamo, que fizeram a festa.

O estádio agora só receberá um jogo novamente em 16 de junho, quando a Argentina enfrenta a Islândia.

As torcidas de Spartak e Dínamo, aliás, deram um show. Cantaram os 90 minutos e botaram fogo no duelo. Sem nenhum tipo de restrição a sinalizadores, houve pirotecnia de lado a lado.

No primeiro tempo, inclusive, bombeiros tiveram de agir no setor da torcida do Spartak para apagar o fogo em uma faixa que estava na beira do campo.

Fogo após torcedores do Spartak acenderem sinalizadores (Foto: Fábio Aleixo)
Fogo após torcedores do Spartak acenderem sinalizadores (Foto: Fábio Aleixo)

Isolada em um canto do estádio, os torcedores do Dinamo também usavam e abusavam dos sinalizadores, criando uma nuvem de fumaça preta. Em alguns momentos, explosões eram ouvidas.

Precisando de um empate ao menos para não correr risco de jogar o playoff contra o rebaixamento, o Dinamo soube controlar o ímpeto do rival e em pênalti aos 35 minutos do primeiro tempo ficou em vantagem. O gol foi anotado por Lutsenko.

Rausch, do Dínamo (de azul), disputa a bola com Samedov (Foto: Spartak/Divulgação)
Rausch, do Dínamo (de azul), disputa a bola com Samedov (Foto: Spartak/Divulgação)

O Dinamo ainda teve um outro pênalti claríssimo não marcado a seu favor pelo árbitro Serguei Karasev, árbitro da Rússia na Copa.

Após levar o gol, o Spartak se abalou. No segundo tempo, partiu para cima todo desordenado e escapou de levar mais. No ataque pouco produzia.

A partida também foi ficando tensa, com lances mais ríspidos e empurrões.  Ao apito final, uma confusão generalizada se formou. Mas sem socos ou pontapés. Sobraram mais dois cartões amarelos, totalizando oito.

Se o jogo não empolgou pela técnica, não faltou emoção.

CLUBE DA POLÍCIA X TIME DO POVO

O futebol na era soviética deve grande parte de seu desenvolvimento e popularidade ao clássico moscovita entre Dínamo e Spartak. O jogo resumia o choque entre o clube da polícia e o time do povo, respectivamente.

A rivalidade entre eles começou a se acirrar em 1935, quando Nikolai Starostin, jogador de enorme sucesso no país, que já havia capitaneado as seleções de futebol e de hóquei, resolveu assumir o controle do então Promkooperatsiya. Ao lado de seus três irmãos, o renomearam Spartak.

Ao mesmo tempo, Starostin se aproximou de Alexander Kosarev, chefe da Komsomol [organização da juventude do Partido Comunista]. O órgão disputava o controle do esporte com as forças de segurança, que tinham no Dínamo seu maior expoente. O clube teve a partir de 1936 como presidente honorário o georgiano Lavrenti Beria, chefe da polícia secreta (NKVD) e braço-direito de Josef Stálin (1878-1953).

Beria foi o responsável pela prisão em 1938 de Kosarev, que seria executado. Depois disso, passou a perseguir os irmãos Starostin. Sua fúria aumentava à medida que o Spartak vencia -foram três títulos da liga soviética, contra dois do Dínamo em cinco edições.

A popularidade alcançada pelo clube forjou a alcunha de “Time do Povo”.

A equipe era formada por trabalhadores simples que vinham das camadas populares, enquanto os atletas rivais tinham cargos administrativos e patente militar.

“O Spartak pode ter provocado um antagonismo de classes, mas era popular por uma razão muito mais convencional: o time era bom”, escreveu o historiador norte-americano Robert Edelman no livro “Uma Pequena Maneira de Dizer Não”.

Um episódio que deixou Beria ainda mais furioso ocorreu na semifinal da Copa Soviética de 1939 quando o Spartak venceu o Dínamo Tbilisi por 1 a 0 com um gol polêmico e avançou para a final, superando o Leningrad Stalinets por 3 a 1.

Mesmo após a decisão, ordens vindas do governo forçaram a realização de nova partida entre Spartak e Dínamo. Nova vitória do time de Starostin por 3 a 2.

A rivalidade só aumentava. Em 1942, Nikolai e seus irmão foram presos e acusados de diversos crimes. De acordo com as autoridades, eles estavam impondo práticas burguesas no esporte, aproximando-o do capitalismo. Outro processo os apontava como conspiradores de um plano para assassinar Stálin.

Como pena, foram condenados a dez anos em campos de trabalho forçado na Sibéria. Em 1955, dois anos após a morte de Stálin e a execução de Beria, Kosarev voltou a Moscou e presidiu o Spartak até 1992. Morreu quatro anos depois.

Após o fim da União Soviética, o Dínamo perdeu muito de seu poderio e na “nova Rússia” jamais voltou a ganhar um título nacional. Na temporada 2016/2017, pior: jogou a segunda divisão pela primeira vez.

Já o Spartak se manteve como grande e ganhou mais dez títulos nesta nova era.

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Brasileiros são maioria entre estrangeiros na 1ª divisão da Rússia https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/04/21/brasileiros-sao-maioria-entre-estrangeiros-1a-divisao-do-pais-da-copa-saiba-quem-sao/ https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/04/21/brasileiros-sao-maioria-entre-estrangeiros-1a-divisao-do-pais-da-copa-saiba-quem-sao/#respond Sat, 21 Apr 2018 06:14:03 +0000 http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/files/2018/04/Luiz-Adriano-150x150.jpg http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/?p=184 Nenhum país com exceção é claro da Rússia conta com mais jogadores atuando na primeira divisão do país da Copa do Mundo do que o Brasil. Sem contar os atletas naturalizados, são 12, o que representa 8,5% da soma de jogadores de todos os times. A Sérvia, adversária da seleção na primeira fase, também tem 12.

Contando os naturalizados, este número chega a 15.

Dos brasileiros que jogam na Rússia atualmente, nenhum teve chances com Tite. O único foi Giuliano, que deixou o país com o torneio em andamento para ir para a Turquia.

O Campeonato Russo é disputado por 16 times e está a quatro rodadas do fim, com o Lokomotiv Mosccou liderando com 56 pontos contra 50 do vice-líder Spartak Moscou.

Se houver igualdade em pontos, o Lokomotiv leva o título pois leva a melhor no confronto direto – primeiro critério de desempate.

CSKA (48), Zenit (48) e Krasnodar (47) estão na briga ainda, mas com menos chances.

Abaixo os brasileiros, incluindo os que se naturalizaram (marcados com *), que atuam na 1ª divisão da Rússia.

Lokomotiv Moscou

Guilherme Marinato (goleiro), 32 anos* – Está na Rússia desde 2007, sempre defendendo o Lokomotiv Moscou. No Brasil, seu único clube profissional foi o Atlético-PR, entre 2005 e 2007. Na Copa das Confederações de 2017, esteve na seleção.

Ari (atacante), 32 anos – Está na Rússia desde 2013, já tendo passado também pro Spartak Moscou e Krasnodar. Seu único clube no Brasil foi o Fortaleza, entre 2005 e 2006. Está em processo final de obtenção do passaporte russo. Faz dupla de ataque com Farfán.

Ari comemora gol em jogo do Lokomotiv contra o CSKA (Foto: Divulgação/Lokomotiv)

Spartak Moscou

Fernando (volante), 26 anos – Chegou ao Spartak em 2016 após deixar a Sampdoria. É o brasileiro com maior valor de mercado na Rússia segundo o Transferwise, valendo 14 milhões de euros. Em 2013, fez parte da seleção campeã da Copa das Confederações. Atuou no Grêmio entre 2009 e 2013.

Fernando durante treino sob neve do Spartak (Foto: Divulgação/Spartak)
Fernando durante treino sob neve do Spartak (Foto: Divulgação/Spartak)

Luiz Adriano (atacante), 31 anos – Após passagem apagada pelo Milan, chegou ao Spartak no ano passado. É um dos ídolos da torcida e sempre se perguntam se ele não merecia uma chance para jogar na seleção brasileira. No Brasil, só defendeu o Internacional entre 2006 e 2007. No atual campeonato, tem nove gols e aparece na quinta poisção na briga pela artilharia, a cinco do companheiro de time Quincy Promes.

Pedro Rocha (atacante), 23 anos – Também chegou ao Spartak ao ano passado, contratado do Grêmio. Porém, diferentemente dos outros dois brasileiros anda é reserva. As poucos têm ganhado mais oportunidades.

CSKA Moscou

Mário Fernandes (lateral-direito), 27 anos* – Revelado pelo São Caetano e com passagem no profissional apenas pelo Grêmio está na Rússia desde 2012, sempre no CSKA, e tem contrato até 2022. Ele já é naturalizado russo e no ano passado só não jogou a Copa das Confederações por causa de fratura no nariz. É nome praticamente certo na lista para a Copa do Mundo. No Brasil, recusou convocação para a seleção em 2011, mas fez um jogo em 2014.

Vitinho (atacante), 24 anos – Está em sua segunda passagem pela Rússia, a segunda no CSKA. Costuma ser titular da equipe. Começou no Botafogo e entre suas passagens pela Rússia atuou pelo Internacional em 2015 e 2016. Tem nove gols no atual campeonato e aparece na sétima posição na briga pela artilharia, assim como Luiz Adriano.

Vitinho durante treino do CSKA Moscou (Foto: Divulgação/CSKA)
Vitinho durante treino do CSKA Moscou (Foto: Divulgação/CSKA)

Krasnodar

Joãozinho (atacante), 29 anos* – Está no Krasnodar desde 2011 e em 2016 recebeu passaporte russo, mas ainda não foi chamado para a seleção. No Brasil, seu último clube foi a Portuguesa, em 2007. Antes de chegar à Rússia, atuou na Bulgária.

Akhmat Grozny

Philipe Sampaio (zagueiro), 23 anos – Chegou à Rússia no ano passado, após defender o Boavista (POR). No Brasil, atuou profissionalmente apenas pelo Paulista, de Jundiaí.

Rodolfo (zagueiro), 35 anos – Titular absoluto do Akhmat, defende o clube desde 2013/2014, quando ainda era conhecido como Terek Grozny. Entre 2007 e 2010, defendeu outro clube russo, o Lokomotiv Moscou. No Brasil, passou por Fluminense, Vasco e Grêmio.

Rodolfo defende o Akhmat (Foto: Divulgação/Akhmat)
Rodolfo defende o Akhmat (Foto: Divulgação/Akhmat)

Ismael Silva (volante), 23 anos – Chegou ao Akhmat na atual temporada após cinco anos na Suécia. No Brasil, jogou somente no Cratéus.

Ravanelli (meia), 20 anos – Também chegou ao Akhmat na atual temporada após se destacar defendendo a Ponte Preta. Ainda é reserva da equipe e só tem um gol em 11 jogos.

Léo Jabá (atacante), 19 anos – Revelado pelo Corinthians, chegou à Rússia também para a temporada 2017/2018. Tem alternado entre a titularidade e o banco de reservas. Em 23 jogos pela equipe, fez 3 gols.

Tosno

Anderson Carvalho (volante), 27 anos – No Brasil, defendeu Santos e Penapolense. Chegou ao Tosno para a temporada 2017/2018 após três anos no Boa Vista, de Portugal. Fez apenas um jogo até agora.

Ricardinho (atacante), 28 anos – Chegou ao Tosno em fevereiro, contratado do Estrela Vermelha (SER). Atou apenas em seis jogos até agora, entre Campeonato Russa e Copa da Rússia.

Ricardinho é atacante do Tosno (Foto: Divulgação/FC Tosno)
Ricardinho é atacante do Tosno (Foto: Divulgação/FC Tosno)

Conexão Bélgica

Wanderson Maciel (atacante), 23 anos- Nascido na Bélgica é filho de brasileiros, mas nunca atuou no futebol do país, tendo começado na base do Ajax. Tem pasaporte belga e brasileiro e já defendeu a seleção europeia nas catgeorias de base. Está na Rússia desde o ano pasado.

“Sou nascido na Bélgica e é minha primeira cidadania. Mas de sangue sou brasileiro”, disse ao blog.

 

 

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