Priviet, Rússia! https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br Um pouco mais da cultura, da vida e do futebol do país que receberá a Copa do Mundo Tue, 17 Jul 2018 18:59:29 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Na Rússia, time fecha as portas um mês após ser campeão por falta de dinheiro https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/06/10/na-russia-time-fecha-as-portas-um-mes-apos-ser-campeao-por-falta-de-dinheiro/ https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/06/10/na-russia-time-fecha-as-portas-um-mes-apos-ser-campeao-por-falta-de-dinheiro/#respond Sun, 10 Jun 2018 05:30:34 +0000 http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/files/2018/06/5af35ff64a28a_1920-150x150.jpg http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/?p=865 Enquanto a Rússia gastou 683 bilhões de rublos (R$ 40,5 bilhões na cotação atual) para realizar a Copa do Mundo que começa na quinta-feira (14), um time do país é obrigado a encerrar as suas atividades por falta de dinheiro.

E não é uma equipe qualquer.

Trata-se do Tosno, clube da região de São Petersburgo que em 9 de maio sagrou-se campeão da Copa da Rússia após derrotar o Avangard Kursk por 2 a 1. Na semifinal, havia eliminado o poderoso Spartak.

A festa do título foi registrada pelo blog.

Fundado em 2013, o time disputou na temporada 2017/2018 a divisão de elite do Campeonato Russo pela primeira vez na sua história. Ficou na penúltima colocação e acabou rebaixado.

A dissolução da equipe foi anunciada no Facebook por Maksim Levchenko, diretor do Grupo Fort, investidor do clube desde a sua criação.

“Uma pequena mas bonita história do Tosno chega ao fim. Cinco anos atrás, quando criamos este projeto, contamos com apoio de parceiros e grande interesse das autoridades. Mas no fim, tudo acabou ficando sob responsabilidade do Grupo Fort”, escreveu.

“Tivemos que tomar a difícil decisão de fechar o clube. Ele deixa de existir. Mas vamos cumprir todas as obrigações. Recentemente começamos a pagar as dívidas que tínhamos com atletas e integrantes da comissão técnica”, seguiu Levchenko.

“Obrigado a todos os jogadores e torcedores que sempre nos acompanharam, principalmente na última temporada. Nada será esquecido. E na linha dos campeões da Copa da Rússia sempre haverá uma dedicada ao Tosno, em 2018”, completou.

Jogadores do Tosno comemoram gol em último jogo da história da equipe (Mikhail Shapaev/Divulgação)
Jogadores do Tosno comemoram gol no título da Copa da Rússia (Mikhail Shapaev/Divulgação)

Por causa dos problemas financeiros, o Tosno já não havia obtido a licença da União Russa de Futebol para representar o país na próxima Liga Europa, um direito dado a todos campões da Copa da Rússia.

Na sua única temporada na elite, o Tosno teve uma média de 5.654 torcedores por partida, a segunda pior do campeonato.

Em seu elenco contava com dois brasileiros, o meio-campista Anderson Carvalho e o atacante Ricardinho.

O blog não conseguiu contato com eles.

O site do clube também já foi retirado do ar, assim como todas as suas páginas em redes sociais.

A União Russa de Futebol anunciará nos próximos dias quem enfrentará o Lokomotiv Moscou na final da Supercopa da Rússia em substituição ao Tosno.

 

 

 

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No vestiário: champanhe e bagunça marcam 1° título de time na Rússia https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/05/10/champanhe-e-bagunca-marcam-titulo-de-nanico-campeao-na-russia/ https://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/2018/05/10/champanhe-e-bagunca-marcam-titulo-de-nanico-campeao-na-russia/#respond Thu, 10 May 2018 06:01:50 +0000 http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/files/2018/05/20180509_213406_resized-150x150.jpg http://privietrussia.blogfolha.uol.com.br/?p=433 Já imaginou ter a possibilidade de entrar no vestiário de um time de futebol campeão logo após o título mais importante de sua história?

Algo impensável no Brasil, onde até mesmo o acesso a treinos é bem restrito, não é verdade?

Mas em Volgogrado, o pequeno Tosno – fundado em 2013 – abriu as portas de seu “espaço sagrado” a alguns jornalistas logo após erguer o primeiro caneco de sua curta história: o da Copa da Rússia.

Na final, na quarta-feira (9), derrotou o Avangard Kursk por 2 a 1.

Até então, a única “conquista” do Tosno havia sido o primeiro lugar de sua zona na terceira divisão em 2013/2014. O torneio, porém, não tem um único campeão.

O blog esteve entre os privilegiados e agora conto aqui o que vi nestes minutos que passei lá dentro.

Quando o acesso foi liberado, o cheiro era de álcool no ar e o piso estava todo molhado.

Resultado de algumas garrafas de champanhe já abertas.

A mesa no centro era uma verdadeira bagunça, com muito suco jogado e jogadores pulando sobre ela e fazendo batucada.

A comemoração era embalada por música e a já tradicional “We are the Champions”, da banda Queen.

A cena do campo, com a taça sendo levantada, mais uma vez foi repetida. Celulares e selfies para todos os lados.

Uma bandeira de Cabo Verde se destacava. Pertencia a Nuno Rocha, atacante da seleção do país e um dos destaques do time que tem sua sede nas proximidades de São Petersburgo.

Não havia bandeira do Brasil, mas dois representantes do país lá estavam. O preparador físico Michel Huff e o meia-atacante Ricardinho, 28.

Quando teve seu nome chamado para um pedido de entrevista até se assustou. Afinal não é tão comum assim ouvir português na Rússia.

Fora do país desde 2010, Ricardinho chegou ao Tosno no começo desde ano após deixar o Estrela Vermelha.

No vestiário, não conseguia esconder a alegria. Era só sorrisos. Quis fazer várias fotos com a taça que veio após uma campanha que teve como ponto mais alto a vitória nos pênaltis sobre o Spartak Moscou, fora de casa, na semifinal em jogo único. Isso depois de empatar em 1 a 1 quase aos 45 da segunda etapa.

“Representa muito para nós este título, ainda mais em um campeonato com a presença de todos os times grandes da Rússia, como CSKA, Spartak, Lokomotiv. Trabalhamos muito duro pensando nesta final”, disse o brasileiro em meio a gritos dos companheiros.

Durante a entrevista, quase acabei sendo “vítima” de um banho de isotônico.

Não seria legal fcar todo molhado e melado com algumas horas de trabalho pela frente. Por sorte, eu, Ricardinho e Bernardo Mello, colega do O Globo, conseguimos desviar.

E assim seguiu o bate-papo no qual Ricardinho seguiu falando sobre a conquista, mas sem deixar de pensar no que vem pela frente. No domingo, o time joga para não cair para a segunda divisão, de onde saiu no ano passado.

Enfrenta o Ufa fora de casa e precisa somar mais pontos do que o Anji Makachkala, que joga fora de casa contra o CSKA. Ambos somam 24. O 15º vai direto para a segundona. O 14º disputa um playoff contra o 3º da segunda divisão.

“Em todos os treinamentos falamos sobre esta necessidade de sair do rebaixamento. Foi para o último jogo, infelizmente, mas temos chances. Como diz o Neymar é 99% de fé”, afirmou Ricardinho.

Preparador físico Michel Huff com a taça entre Nuno Rocha (à esq.) e Ricardinho (Foto: Fábio Aleixo)
Preparador físico Michel Huff com a taça entre Nuno Rocha (à esq.) e Ricardinho (Foto: Fábio Aleixo)

O campeão da Copa da Rússia sempre tem garantida uma vaga na fase de grupos da Liga Europa. Isso, porém, não acontecerá com o Tosno. O clube perdeu o prazo dado pela União Russa de Futebol para apresentar os documentos para garantir a licença da Uefa. Assim, ficará fora e beneficiará o 6º colocado do Campeonato Russo, que pode ser o Ufa, seu rival de domingo.

Mas nos minutos que seguiram a conquista e dentro daquele vestiário, ninguém parecia se lembrar disso ou dar alguma importância. Afinal, haviam acabado de escrever história.

Mas a festa não durou tanto. Saindo do estádio, já tinham de tomar um avião fretado para voltar para casa.

O repórter viajou a Volgogrado a convite do Comitê Organizador da Copa do Mundo

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